Nasceu “Cecy Horta Barbosa”, em 1º de junho de 1928, no então distrito de Presidente Soares, à época pertencente ao município de Manhumirim, que antes fora Pirapetinga, distrito de Manhuassu, como se escrevia na antiga grafia. Antes da emancipação de Manhumirim, o distrito era Alto Jequitibá mesmo. O nome Presidente Soares foi mantido na sua própria emancipação, em 1953; contudo, em 1991, a municipalidade escolheu adotar de volta o antigo, histórico e tradicional nome de Alto Jequitibá.

      Seus pais eram Francisco Nora Horta Barbosa (1903-1970) e Eunice Heckert Barbosa (1906-1948), que era Eunice Werner Heckert antes de se casar. Seu irmão mais velho era Divar Heckert Barbosa (1926-2014); depois dela, ainda teve quatro irmãs: Ione (1930-1999), Dalva (1931-…), Elisa (1934-2007) e Ligia (1942-…), cujos nomes de solteiras, assim como a irmã aqui retratada, não levaram o “Heckert” da mãe, e sim, apenas o “Horta Barbosa” do pai, derivado do pai dele. Seu nascimento se deu pelas mãos de uma de suas bisavós paternas, Ricardina Roux Nora (1864-1938), que era também parteira; era a esposa de Basílio Nora.

      No então distrito de Presidente Soares veio também residir sua avó Castorina Nora Horta Barbosa (1885-1965), vinda de Manhuaçu na segunda década do século XX; era a mãe do seu pai, Francisco. Castorina e José Pires se casaram na fazenda do pai dela, Basílio José dos Santos Nora (1855-1932), em 1902. A ida para Alto Jequitibá se deu algum tempo após ter ficado viúva. Quando o irmão dela era pastor da Igreja Presbiteriana da cidade, e seus pais não mais residiam em Manhuaçu, onde morava, deu-se a mudança; falo aqui do Rev. Anníbal José dos Santos Nora (1877-1971), o qual era também o diretor da escola evangélica em Alto Jequitibá. Em data não distante, também foram para Alto Jequitibá Basílio e a esposa, Ricardina.

      Pouco depois de nascida, minha mãe foi apresentada ao batismo na Igreja Presbiteriana de Alto Jequitibá, onde boa parte da família prestava seu culto ao Criador, onde também professou sua fé em Jesus Cristo. Sua infância e sua adolescência foram marcadas pela convivência com outros familiares que residiam na localidade, em especial em torno do avô Ernesto José Heckert (1880-1969). Este, presbítero da igreja, era também produtor rural nas cercanias, em propriedade distante menos de dois quilômetros do centro da cidade. Também de grande influência sobre ela foi o casal Rev. Cícero Siqueira e sua esposa, Dona Cecília Siqueira – ele, pastor que assumiu a igreja em 1929.

      Em 1941, meu avô Francisco e quase toda a família se mudaram para a então recém emancipada cidade de Governador Valadares; ficaram em Alto Jequitibá, na companhia da minha bisavó Castorina – que era agente do Correio – o mais velho, Divar, e minha mãe, Cecy. Poucos anos mais tarde, os três foram se juntar à família na cidade do Vale do Rio Doce. Na cidade de novo domicílio, minha mãe chegou a trabalhar na agência da coletoria estadual, cargo que deixou quando do seu casamento, em 1949.

      Da ‘coincidência’ do casamento com o sergipano-mineiro Raymundo Carvalho Simões (1923-1973), mais dois filhos ultrapassaram as tenras idades, além do rabiscador destas linhas: Luiz Marcos e Débora. O casamento acarretou muitas mudanças de domicílio: Teófilo Otoni, Nanuque, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, até a fixação de volta em Governador Valadares, onde a residência também se alternou por vários bairros. Mas, estes assuntos ficam prá outra oportunidade…

      Pouco tempo depois do retorno, minha mãe chegou a lecionar a disciplina de Ciências no ginásio do Colégio Presbiteriano, além de haver reassumido funções na coletoria estadual (repartição da administração fazendária do estado de Minas Gerais). Na Igreja Presbiteriana, foi atuante em cada uma que frequentou, especialmente no segmento de sociedade interna feminina. Sua aposentadoria se antecipou por necessidade de saúde, em 1977. Alguns anos após aposentada, chegou a mudar-se temporariamente para a cidade de Castro, no Paraná, para auxiliar o então diretor, Rev. Odayr Olivetti, em certa área da gestão do Instituto Cristão de Castro. Durou apenas pouco mais de seis meses, porque o nascimento da neta, filha de sua filha Débora, a trouxe de volta a Minas. Por curiosidade: Rev. Odayr já tinha sido o pastor da família na década de Cinquenta, em Porto Alegre; firmou-se uma grande amizade.

      No momento em que escrevo estas linhas, minha mãe pouquíssimo ainda desfruta desta vida, em seus 94, posto que a enfermidade lhe rouba o melhor da consciência. Mas há um lastro de feitos e atitudes de elevado testemunho a seu favor, em todos os anos vividos! Cada ‘coincidência’ foi, na verdade, um instrumento das gestões divinas da história, que construiu a história de vida de minha querida mãe!

“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas joias” (Provérbios 31.10, ARA).

 






















 

12 respostas

  1. “Há um tempo determinado por Deus para todas as coisas”.
    Deus sempre teve e sempre terá o controle de tudo.
    Agradeço por poder servir a D.Cecy ….tendo a certeza que é Deus que está presente em todo tempo,em cada segundo no controle da situação.

  2. Tia Cecy… uma tia carinhosa, respeitosa e excelente professora de ciências. Tive o privilégio de ser sua aluna. Não me esqueço do seu sorriso bondoso para com os alunos. Além de uma cristã, uma mulher à frente do seu tempo.

  3. O Instituto Cristão de Castro está hoje modernizando suas instalações; restaurando prédios de mais de cem anos; melhorando na área de ensino, na administração e avançando para o futuro. É escola respeitada na região. Diante da linda história de Cecy e outros, aumenta minha alegria de compor hoje a assembleia do Instituto.

    1. Caro irmão
      Minha mãe, enquanto em sua consciência de realidade, falava com carinho daquele período lá no Instituto Cristão de Castro, da oportunidade de lá servir já com seus 60 anos de idade, especialmente ao lado do Rev. Odayr Olivetti e de sua esposa, Dª Azená, tão prezados desde os tempos de Porto Alegre, o campo pioneiro da JMN no sul; tempos aqueles, aliás, que começaram ainda no início, com Rev. Antonio Elias.
      Muito obrigado pelo comentário!

  4. Interessante para “nossa característica ” peculiar, mesmo em décadas e locais diferentes algo nos aproxima. Feliz em rever toda a história. Parabéns primo.

Deixe um comentário para Renato Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *